Saturday, March 22, 2008

O mundo que conheci não era assim. Ele se fazia por completo e nem era preciso perguntar os motivos. Digo que ele “se fazia”, pois as coisas aconteciam naturalmente e tudo tinha um sentido.

O mundo que conheci não era um pedaço de papel, em que qualquer um anotava a decadência dos nossos sentidos. Por isso, cresci faminto, acreditando que algumas palavras pudessem resolver questões indizíveis.

O mundo que conheci não me abalava. Conseguia olhar para frente, sem precisar desviar meus olhos, enquanto caminhar era um prazer bem maior. Hoje, o sol queima minha pele, meus olhos, todo meu corpo. Queima até mesmo meus sentidos.
O mundo que conheci não existe mais. Hoje é tudo tão efêmero, descartável. Não sou bom com as palavras, com os sentidos ou sentimentos. Não sei o que as pessoas querem ouvir, porém, quase sempre, sei o que vão dizer.